A semana tem início oficial no dia 23 de abril, data em que se celebra Ogum, Orixá ligado ao ferro, às batalhas e às tecnologias, figura central nas tradições afro-brasileiras do sul do país. Durante a sessão, lideranças religiosas e representantes de comunidades tradicionais, receberam homenagens e participaram de momentos de celebração e reflexão sobre a importância do respeito à diversidade religiosa e cultural.
Márcio de Souza, autor da lei que instituiu a semana, esteve presente na cerimônia e destacou a necessidade de combater o preconceito e o racismo religioso, reforçando o papel da Câmara como espaço de reconhecimento e valorização das culturas historicamente marginalizadas.
“Essa homenagem não é apenas simbólica, ela é uma ação política contra o racismo religioso. Em um país onde ter fé de forma diferente ainda é motivo de violência, é papel desta Casa reafirmar o respeito à liberdade religiosa e aos direitos das comunidades de matriz africana”, afirmou.
Em tribuna, Elisangela de Paula Pereira discursou em nome dos homenageados e reforçou o caráter político do ato.
“Essa homenagem é, sim, um ato político. Quando a Câmara abre espaço para reconhecer a importância das religiões de matriz africana, ela está dizendo que nossas histórias, nossos corpos e nossa espiritualidade importam. Estamos aqui para ocupar esse espaço com dignidade e resistência”, declarou.
O vereador Mamá (União Brasil) em entrevista reforçou a importância da solenidade. “A Câmara tem o dever de acolher todas as expressões de fé, e hoje é um dia de reafirmar isso. Essa homenagem representa o reconhecimento da força e da contribuição histórica das religiões de matriz africana para a cultura e a identidade do nosso povo”, disse.
Entre os homenageados, Dejair Cabral, pai de santo no Centro Espírita Pai Joaquim de Aruanda, falou emocionado sobre o significado da cerimônia. “É um momento de muita honra e também de resistência. Durante anos sofremos com o preconceito, com a intolerância. Estar aqui hoje, recebendo essa homenagem, é um alívio para o coração e um sopro de esperança para as futuras gerações”, disse.
O Ogan Cau, do Centro Espírita Pai Sebastião de Angola, também agradeceu o reconhecimento. “Ser lembrado e respeitado pela nossa fé é algo transformador. Essa homenagem não é só para mim, mas para todos que lutam todos os dias para manter viva a ancestralidade. É uma vitória coletiva”, concluiu.
Dr. Jadel da Silva Júnior
Yalorixá Sandra
Babalaô Alex
Yalorixá Bettina d’Òxalufã
Tatalorixá Beth dÓxalufã
Yalorixá Angela de Yansã
Makota Oya Matalassi
Tatalorixá Célia de Obaluaê
Tatalorixá Miriam de Oxaguian
Iaô Barakejí Franco de Exu
Alex Ribeiro
Tatalorixá Pai Alex D’Xango
Bàbálòrixá Clauner de Yemanjá Ìyába Temy
Bàbálòrixá Rafael Laranjeira D’ Xango Aganjú
Mãe Janete de Omolú
Tia Maria de Minas
Yalorixá Janaína de Oxum
Iya Bárbara de Ogun – Oju Erê
Bàbálòrixá Pai Dejair de Ogum
Ogan Cau