O espaço do Grande Expediente da sessão ordinária desta quarta-feira (28), na Câmara Municipal, foi dedicado a dois temas de grande relevância. Um deles foi a conscientização sobre a fibromialgia, com a participação de representantes da Associação Fibromiálgicas.
Na tribuna, a presidente da entidade, Catarina Mendes, ressaltou a importância do mês de conscientização sobre a síndrome, uma desordem debilitante caracterizada por dores generalizadas em todo o corpo, especialmente na musculatura e articulações. Ela destacou a necessidade de mais empatia e políticas públicas para quem convive com a condição, reforçando que ainda há muito preconceito, principalmente por se tratar de uma “doença invisível” que atinge majoritariamente mulheres.
“Em primeiro lugar, precisamos de reconhecimento e que as pessoas entendam que fibromialgia não é brincadeira. Temos muitas dores, infelizmente a sociedade não compreende isso, nem mesmo na área de trabalho. Muitas mulheres são demitidas por serem fibromiálgicas, e isso precisa parar. Precisamos de uma lei que ajude, garantindo que elas possam trabalhar, tenham o descanso necessário e retornem ao trabalho com dignidade”, afirmou Catarina.
Em Florianópolis, a causa ganhou respaldo legal com a promulgação da Lei Municipal nº 11.281, de 30 de julho de 2024, que reconhece as pessoas com fibromialgia como pessoas com deficiência (PcD). A legislação garante a esse grupo direitos e benefícios previstos para PcDs, como prioridade em atendimentos e vagas de estacionamento, entre outros.
Já o segundo tema abordado foi a alusão ao Dia dos Povos Indígenas. Quem usou a palavra foi a escritora e professora do Laboratório Indígena da Universidade Federal de Santa Catarina, Adriana Kaingang que destacou em tribuna a importância da data para a valorização das culturas e lutas dos povos originários.
Em entrevista, Adriana destacou a importância de trazer o tema à Casa Legislativa. “Para nós é uma honra poder fazer parte desse espaço e de poder ser reconhecida nesse espaço de portas abertas e para a gente trazer um pouquinho sobre a nossa cultura e a gente ser reconhecido como povo indígenas, especificamente no estado de Santa Catarina, especificamente em Florianópolis”, afirmou a professora.
A vereadora Ingrid Sataré Mauwé foi a requerente do Grande Expediente e, ao final, entregou diplomas de honra ao mérito às convidadas.